quinta-feira, 19 de maio de 2011

CASO SAMU: A Responsabilidade Civil e a Violação dos Direitos Humanos

Estava visitando outros blogs por aí, e passando pelo Blog Tiro Político, do meu amigo Diogo Hutt, vi um post que me chamou a atenção: um comentário sobre a falta de macas para o atendimento médico.

Segundo Hutt “o Samu diz que não atendeu uma mulher, que passou mal e morreu no terminal, porque não tinha macas. Não tinha macas por que elas estavam em hospitais ou por que não tem o número ideal pra atender a demanda”.

Engraçado. Participei de uma palestra sobre a "A Responsabilidade Civil e os Novos Danos", ministrada pelo Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, Dr. Miguel Kfouri Neto, na data de ontem, na XLIX Semana Jurídica da UEL.

O palestrante abordou um ponto relevantíssimo em sua explanação, quando tratando da perda de uma chance Kfouri falou sobre o fato de você conhecer do prejuízo final, contudo possui uma dúvida com relação à relação de causalidade da conduta causadora do dano e o dano efetivamente provocado.

Sob esse viés, analisemos o caso. Se esta mulher tivesse sido atendida, conforme o procedimento ordinário (comum), ela até poderia morrer, mas HAVERIA UMA CHANCE DE SOBREVIDA QUE FOI DESPREZADA PELO CAUSADOR DO DANO. É preciso rever as atitudes dos agentes públicos, pois os Tribunais Nacionais não tem medo de condenar o Estado.

Outra solução seria acionar a Corte Interamericana de Derechos Humanos, localizadaem San José, na Costa Rica. A CIDH inclusive já condenou o Estado Brasileiro pela má prestação dos serviços públicos em casos julgados recentemente, falo do precedente Ximenes Lopes versus Brasil.

A respeito do tema, outro palestrante da noite, o Professor Valério Mazzuoli de Oliveira, em artigo publicado em 2007, explica os efeitos do reconhecimento e cumprimento sponte sua da sentença internacional proferida pela Corte IDH. Vejamos o desfecho do caso, nas palavras do nobre professor:

 O caso dizia respeito à morte do Sr. Damião Ximenes Lopes (que sofria de deficiência mental) em um centro de saúde que funcionava à base do Sistema Único de Saúde, chamado Casa de Repouso Guararapes, localizado no Município de Sobral, Estado do Ceará. Durante sua internação para tratamento psiquiátrico a vítima sofreu uma série de torturas e maus-tratos, por parte dos funcionários da citada Casa de Repouso. [...] A falta de investigação e punição dos responsáveis, e ainda de garantias judiciais, acabaram caracterizando a violação da Convenção Americana em quatro principais artigos: o 4º (direito à vida), o 5º (direito à integridade física), o 8º (garantias judiciais) e o 25º (direito à proteção judicial). [...] Na sentença de 4 de julho de 2006 - que foi a primeira do sistema interamericano a julgar a violação de direitos humanos de pessoa portadora de deficiência mental -, a Corte Interamericana determinou, entre outras coisas, a obrigação do Brasil de investigar os responsáveis pela morte da vítima e de realizar programas de capacitação para os profissionais de atendimento psiquiátrico, e o pagamento de indenização (no prazo de um ano) por danos materiais e imateriais à família da vítima, no valor total de US$ 146 mil. 

O Estado Brasileiro pagou à dívida, que poderia ter sido evitada. E a propósito é importante que se diga que o dinheiro utilizado para o pagamento desta sentença foi retirado da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, autorizado pelo Decreto n° 6.185, de 13 de agosto de 2007, que preceitua em seu art. 1º a obrigação de "promover as gestões necessárias ao cumprimento da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos, expedida em 4 de julho de 2006, referente ao caso Damião Ximenes Lopes, em especial a indenização pelas violações dos direitos humanos aos familiares ou a quem de direito couber, na forma do Anexo a este Decreto".

Por fim, não podemos deixar que ações como estas, tanto do caso da recusa do Samu em atender, quanto de casos como o do Sr. Ximenes. É preciso uma reformulação total do Sistema Único de Saúde para que estas condutas não sejam novamente praticadas, evitando assim uma possível ação judicial para a reparação dos danos suportados.

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Adalberto Fraga Veríssimo Junior é Presidente do Movimento Jovem do Partido Trabalhista do Brasil no Estado do PR; Vice-Presidente da União dos Jovens e Estudantes do Brasil no Estado do PR; Coordenador Geral do Movimento Desperta Londrina; Acadêmico da Faculdade de Direito do Centro Universitário Filadélfia de Londrina - UniFil; Colunista de Direito e Política no Site Konvênios; político, jurista e comentarista

terça-feira, 17 de maio de 2011

Cadê o povo?

É engraçado ver o povo reclamar da atual situação em que o Brasil se encontra. É engraçado quando você ouve essas pessoas dizer que alguém precisa fazer alguma coisa. E mais engraçado ainda é quando você chama essas pessoas para realizar uma manifestação, um debate, algum tipo de pressão no governo e ouve: 'Eu não vou'!


O povo brasileiro está acomodado a tantas tragédias, tantas desgraças que até parece que não tem mais forças para lutar. Lutar contra os imorais, contra os corruptos, contra os sanguessugas que se utilizam de um cargo público para promoção pessoal e realizam o descaso com a sociedade.


Do jeito que as pessoas falam até parece que não existem mais pessoas honestas e justas em nosso País. Realizam uma generalização por conta de um erro, uma atitude impensada de uma pessoa que se torna o paradigma. Como diz o nobre amigo e Senador Álvaro Dias "há um ataque que se faz por meio da generalização, que é burra, que desvaloriza os corretos e que acaba protegendo os desonestos".


Não quero e nem vou aqui fazer qualquer tipo de ataque contra quem quer que seja, mas é preciso que seja reformada a nossa concepção sobre a nossa participação nos problemas sociais.


Durante toda essa minha, curta ainda, carreira na política, tenho acompanhado diversas discussões travadas nas mais variadas esferas administrativas, e em várias matérias, em que se solicitou a presença da população no debate e na elaboração de projetos e ações públicas. Contudo, a quantidade de pessoas que participam desses movimentos, ainda é mínima.


Falar de política, debater programas e projetos políticos ou ingressar na carreira política ainda é um tabu para a sociedade. Certamente essa cultura foi alimentada por conta dos exemplos clássicos que o País teve. Mas, ainda bem que existem "políticos" e Políticos. E estes últimos são a maioria.


Uma nova geração política está se levantando. Uma geração que pretende fazer uma mudança, uma revolução, uma reforma! Já disse em outras oportunidades que a verdadeira reforma política só acontecerá quando toda a sociedade tomar consciência de que é preciso mudar os seus representantes. Essa reforma deverá alterar não apenas a forma de governar como também a participação social na apresentação de possíveis soluções diante dos conflitos e problemas sociais.


Não sei até quando esse entendimento equivocado com relação à política e as manifestações populares irão perdurar em nosso País, mas afirmo com convicção que uma coisa é certa: enquanto ele persistir a nossa Nação não irá progredir!

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Adalberto Fraga Veríssimo Junior é Presidente do Movimento Jovem do Partido Trabalhista do Brasil no Estado do PR; Vice-Presidente da União dos Jovens e Estudantes do Brasil no Estado do PR; Coordenador do Movimento Desperta Londrina; Acadêmico da Faculdade de Direito do Centro Universitário Filadélfia de Londrina - UniFil; Colunista de Direito e Política no Site Konvênios; político, jurista e comentarista.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Publicação Inaugural

Olá amigos londrinenses!

O Movimento Desperta Londrina surgiu da necessidade do povo londrinense se organizar e lutar pela moralização da política em nossa cidade, bem como da participação pública na elaboração dos projetos e ações a serem desenvolvidas pelo Poder Público.

A ideia principal do movimento consiste em fazer com que haja uma conscientização social das realidades em que vivemos. Em breve serão apresentadas ações e campanhas que serão realizadas pelo movimento.

Enquanto isso, sigam-nos no Twitter e participe de nossa página no Facebook.